DIÁRIO DE VIAGEM
Hoje foi o dia de conhecer, saborear e desvendar os mistérios
do famoso vinho Brunello de Montalcino e nada melhor para isso do que passear
pela região onde o vinho é produzido e visitar as vinícolas.
Começamos pela cidade de Montalcino, que fica 41 km ao sul de Siena. Comparada com as demais
cidades visitadas até agora, Montalcino é bem decepcionante. Não há muito o que
ver, as ruas não são tão charmosas e o que mais se vê são Enotecas onde se pode
degustar e comprar vinho dos mais diversos produtores locais. Estacionamos o
carro e caminhamos por cerca de 2 horas – visitamos a Fortaleza, uma estrutura
no topo da montanha que outrora era um forte e hoje abriga uma Enoteca e um bar
e de onde se tem uma boa vista da região; além disso, a Catedral de Cristo Salvador,
a Igreja de N. Sra do Socorro, a Piazza del Poppolo. Entramos em algumas lojas
para informações sobre as vinícolas e o vinho.
É tudo Brunello de Montalcino |
Fazer um Tour de vinhos por aqui não é muito fácil, talvez
seja até mais fácil pegar as excursões oferecidas que já tem tudo programado
com as vinícolas, pois no Oficio de Turismo e nas lojas não é dada informação
sobre quais vinícolas têm visitação, horários etc... Só nos dão um mapa com
todas elas e os telefones para informações e reservas! Como a região tem cerca
de 250 produtores de Brunello de Montalcino, fica difícil definir qual visitar!
Esse é um furo!
Quanto ao vinho, descobrimos muitas coisas. Para ser considerado
um Brunello há que cumprir uma série de requisitos e então ter um certificado
D.O.C.G.(Denominação de Origem Controlada e Garantida). Começa com os vinhedos –
a idade deles – vinhedos entre 5-10 anos produzem o Rosso de Montalcino, de
10-25 anos, o Brunello básico, e de 25 a 35 anos o Reserva. Aos 35 anos o
vinhedo cessa a produção e tem que ser refeito.
A uva é a San Giovese produzida nessa área específica da
região de Montalcino, sem nenhuma mistura. O vinho Rosso de Montalcino é um
vinho muito bom, mas é um vinho jovem, com menos de 2 anos de maturação em
barril. O Brunello tem que ter no mínimo 24 meses de maturação em barril de
carvalho, sendo em média 4 anos e o Reserva, 5 anos.
O barril de carvalho francês,
para raiva do casal francês que fez a visita conosco, só é usado para fazer o
Rosso de Montalcino, aquele que matura 2 anos, e o barril da Croácia para fazer
o Brunello, onde passa no mínimo 4 anos. O tamanho do barril também é importante,
pois o francês, de menor dimensão, permite que o vinho mature com uma maior superfície
de contato, logo maior difusão dos sabores do carvalho (Rosso). Por outro lado,
o barril croata de 7.500 lts e 10.000 lts, faz com que o vinho, que vai maturar
por mais tempo, como o Brunello, não tenha tanto contato com o carvalho do
barril, em consequência sendo menos influenciado por ele.
Isso tudo é determinado pelo
enólogo que prova o vinho a cada 6 meses e decide o que vai fazer com ele, se
vai ficar num barril de 7,5 ou em de 10 mil, trocando ou não os barris etc...
Só após 5 anos o vinho pode ser considerado um Brunello e vendido como tal –
isso após uma amostra ser aprovada pelo comitê gestor da Associação, que diz
inclusive quantas garrafas cada produtor pode produzir por ano em função da sua
área de vinhedo... Entendeu agora porque o vinho é caro – e bom???
Os excelentes Brunellos
possuem 10 anos de idade, contudo eles podem ser consumidos até com 40 anos. Na
Fattoria dei Barbi eles possuem estoques antigos, em condições de consumo desde
o ano de 1962, porém eles somente são vendidos em situações especiais, para
pessoas especiais e a um preço módico de 1.800 Euros, pode???
Após andar pela cidade, fomos visitar a segunda mais antiga
vinícola de Brunello – a Fattoria dei Barbi, da família Colombini, a uns 5 km
da cidade. Lá havia uma Taverna e almoçamos por lá. Resolvemos provar um galeto
grelhado, mas justiça seja feita, nossas galeterias são muito melhores!
Depois do almoço fizemos um
tour pela vinícola recebendo toda informação sobre a produção do vinho, e
depois degustamos os vinhos produzidos lá – o Rosso de Montalcino, o Birbone
Toscano (que não gostamos muito, é um pouco ácido), o Vigna dei Fiore (muito
bom) e finalmente, as estrelas - o Brunello de Montalcino básico e o top que é
o Brunello Reserva.
Voltamos então para Siena curtindo mais uma vez as lindas
estradas da Toscana com suas vilas, seus ciprestes, seus vales e montanhas.
Assim são indicadas as vinícolas na estrada |
Hoje a noite o programa é
assistir uma apresentação musical, com trechos das mais famosas óperas italianas de Puccini,
Verdi e Mozart.
Amanhã vamos visitar outras cidades ao norte de Siena - S. Gimignano e Monteriggione para dar um descanso de tanto vinho, antes de conhecer a região de Chianti!
Fiquei com inveja de assistir as óperas de Puccini, Verdi e Mozart. Gostaram?
ResponderExcluirQuanto aos vinhos não posso comentar devido minha total ignorância no assunto, mas o que não me impede de ser uma apreciadora.
Beijos,
Mama
Oi Mama, que bom que está gostando da viagem, do roteiro, das fotos e acompanhando tudo dia a dia. Nós estamos nos divertindo muito na viagem e escrevendo o blog - esse registro nos faz lembrar de tudo depois. bjs
ExcluirOlá, amigos!
ResponderExcluirNossa! Uma verdadeira aula sobre os vinhos de Montalcino! Eu q não sabia nada, agora estou me sentindo sabida... Dailson q se cuide!!! O dia foi maravilhoso, né? Bjs Viviane
Oi amigos,
ResponderExcluirVocês perguntaram prá esses vitivinicultores "metidos a besta" se conheciam nosso Sangue de Boi?
Em San Gimignano não deixem de ir à Gelateria di Piazza - campeoníssima com títulos de melhor do mundo em 2006,7,8 e 9 e 2ºlugar em 2010 e 11. É imperdível! Comam uma porção só por mim - sem culpa porque o sobe e desce dessas vielas, consome tudo rapidinho.
Abraços,
Mac
Show, Direto da Fonte!!!
ResponderExcluirParabens!!!
Nazare 7 Nilson Carminati