DIÁRIO DE VIAGEM
Nosso destino hoje era conhecer as famosas Cinque Terre –
cinco vilarejos medievais no alto de falésias da Riviera Italiana, no mar da
Ligúria (ponta do Mar Mediterrâneo). O local é famoso, charmoso, mas se me
permitem, tem mais fama do que realmente merece.
Primeiro, para nós brasileiros, há que se reformular todo
um conceito de praia – as praias aqui não têm areia, ou se tem, é escura e
feia. E a pequena faixa para se tomar sol é muito estreita. O mar é lindo, isso
é inegável, verde esmeralda, limpo e transparente. O visual se assemelha ao da
Costa Amalfitana, com as cidades encrustadas nos penhascos, só que em menor
escala, e bem mais simples do que na Costa Amalfitana. As cidades, vistas de
longe – do mar, por exemplo – são muito atraentes, mas de perto, são casas
amontoadas em ruelas estreitas, mal conservadas, onde circulam levas de
turistas. Nos pequenos cais, não há lanchas, iates, veleiros, apenas barcos de pesca
ou de turismo.
De um modo geral, é um passeio que vale a pena por ser
diferente, exótico até, interessante, mas não diria imperdível. Não acho que
vale a pena se hospedar em uma das Terres e passar alguns dias por lá, pois na
verdade não há muito a fazer na cidade. Há algumas trilhas de caminhadas entre
as cidades e pelas montanhas, mas várias são muito longas ou muito íngremes.
Além disso elas correm o risco de estar fechadas com alguma frequência, como
hoje que não conseguimos fazer nenhuma delas, haja vista que estavam fechadas
por ter ocorrido novo desmoronamento.
A área conhecida como Cinque Terre compreende o Parque
Nacional das Cinco Terras, uma área de preservação ambiental e considerada como
Patrimônio da Humanidade, com cinco cidades – Monterosso al mare, Vernazza,
Corniglia, Manarola e Riomaggiore. Há ainda Portovenere, uma cidade um pouco
mais distante, considerada a sexta “terre”, porém menos visitada por ser mais
longe. O trajeto da primeira a última tem apenas 18 km, e elas são ligadas por
trem e por barcos.
Quando pesquisamos como conhecer Cinque Terre, o site que nos
deu as melhores informações foi o www.viajenaviagem.com.br,
no qual uma de suas seções sugeria um roteiro de como aproveitar melhor o dia
para visitar as 5 Terras. Não é muito fácil montar esse roteiro pois há inúmeras
variáveis entre horários de trem e barco, locais de parada etc. Esses horários
inclusive mudam com frequência e é bom sempre conferir na internet.
Como estávamos hospedados em Lucca, seguimos de carro para
La Spezia, a cidade que dá acesso às Terres. De Lucca até lá são 77 km, que
foram feitos em 50 min pela autoestrada – o tempo maior foi após entrar em La
Spezia e achar a Stazione Centrale!. Em La Spezia compramos um “5 Terre Card”
de trem (12 euros/pessoa) que dá direito ao dia todo de deslocamento entre uma
cidade e outra. Ali, também, recebemos informações sobre os horários dos barcos
que levam de uma cidade a outra – a única cidade que não é acessada por barco é
Corniglia, a terre do meio, que fica no alto, sem acesso pelo mar.
De posse de todos esses dados fomos tentar montar nosso
roteiro – digo tentar porque não é lá muito fácil tentar coordenar os horários de
barco e trem de modo a ficar algum tempo em cada uma das terres. Acabamos
descartando Corniglia, pois como ela fica no alto da colina, a partir da
estação ainda teríamos que subir de ônibus ou subir 365 degraus até lá! E
montamos um roteiro com as outras.
Não há muito que fazer em cada uma das Terres a não ser ficar
olhando o mar, tomar um sorvete ou uma cerveja, bater fotos etc... Se as
trilhas estiverem abertas, dá para andar um pouco por elas até um ponto para
ver um pouco mais e bater mais fotos – sabendo que trilha por aqui significa
SUBIR!!! (se for descendo, depois tem que subir!). Há restaurantes, uns mais
bonitinhos e charmosos do que outros, várias lojinhas de souvenir, etc...Também
é possível alugar um barquinho para remar (!) pelo mar afora, mergulhar ou
tomar sol nas pedras (!), coisas do gênero... ah, em Monterosso, também dá para
fazer SUP!
Depois de muitas análises optamos por ir de trem de La
Spezia direto até Monterosso – a maior cidade, porém a menos charmosa. Após
conhecê-la, voltamos ao trem, no sentido inverso, e deslocamos até Vernazza –
bem charmosa, enfiada em uma reentrância da montanha. Lá almoçamos e depois
tomamos um delicioso sorvete na “Gelateria Il Porticciolo” (vale o registro) –
o sorvete de manga era igual a comer uma manga mesmo!
A partir dali tomamos o barco – havíamos lido que era melhor ver as Terres a partir do mar – e é mesmo! Passamos por Corniglia, que fica no topo da montanha, depois Manarola, cuja vila começa sobre o rochedo na beira do mar e sai subindo como se desenrolando pelas bordas da montanha, e desembarcamos em Riomaggiore. Andamos um pouco por Riomaggiore, batemos fotos etc... e fomos até a estação de onde tomamos novamente o trem, de novo no sentido inverso, e voltamos para Manarola, fizemos a mesma coisa por lá e depois tomamos o trem para La Spezia, de onde voltamos para Lucca.
CORNIGLIA |
Comprar o ticket do barco já outra dificuldade – há tantas
opções de preços entre idas e voltas e números de paradas que é complicado até
para descrever. Nós acabamos pagando 8 euros cada por uma viagem “one-way”
entre Vernazza e Riomaggiore. Mas o ticket de um dia custa 25 euros.
Nossa ideia era fazer uma caminhada entre Manarola e
Riomaggiore por um caminho chamado Via del Amore, um pequeno trecho de 1 km,
plano, pela encosta. Infelizmente, devido a uns desabamentos, ele estava fechado.
De volta a Lucca, saímos para jantar no Restaurante
Francisco, aqui perto do hotel, simples, mas gostamos muito.
RISOTO SAFRONINO |
COSTELETA DE MAIALE (porco) |
Amanhã seguimos para Florença, passando por Pistoia para
bater uma continência para os nossos heróis da FEB, e por Vinci, terra natal de
Leonardo, aquele, “O Cara”!
Tudo bem q não acharam lá uma Brastemp, mas gostei muito do meu passeio hoje à Cinque Terre!! E vcs estavam muito bonitinhos! Dailson pegou carona aqui na "minha viagem" e abrimos um vinho em homenagem a vcs... Afinal tbm somos filhos de Deus, né?!
ResponderExcluirBjs Viviane
Ótima degustação!!!
ResponderExcluirGostei do lugar, ou melhor, das fotos. Quanto ao lugar, só vendo mas uma coisa é certa: eu experimentaria uma caminhada dessas subindo/descendo/subindo. É a minha especialidade, principalmente a parte descendo!
ResponderExcluirOi amigo, caminhada por aqui tem bastante, mas é sempre para cima ou para baixo.... Mas já que vc curte tanto, vc já deu uma olhada na Via Francígena? Acho que vc ia gostar e de repente achar algum trecho para fazer. Abraços
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